
Cria Para o Mundo
O que propõem as candidatas a prefeita de Belo Horizonte?
Por mais mulheres na política, o Cria Para o Mundo entrevistou Áurea Carolina (PSOL), Luísa Barreto (PSDB) e Marília Garcia (PCO) para conhecer as ideias e propostas delas

Por Luciane Evans e Nathalia Ilovatte
O Brasil tem hoje 11,9% de suas cidades administradas por mulheres. Ao todo, são 662 prefeitas, um número baixo comparado com os 4.908 homens que ocupam a cadeira de prefeituras. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esmiuçando os números, o cenário fica ainda mais desigual. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Alziras, organização que tem o objetivo de contribuir para o aumento da participação das mulheres na política, só 3% dos municípios brasileiros são administrados por mulheres negras, embora elas sejam 27% da população.
Apesar do menor espaço, as candidatas mulheres são mais instruídas e preparadas do que os homens: 71% das prefeitas têm ensino superior, contra 50% dos prefeitos, e 42% delas têm pós-graduação. O levantamento do Instituto Alziras apontou também que 70% dessas mulheres que chegaram às prefeituras já ocuparam cargos públicos de confiança, principalmente nas pastas de assistência social, educação e saúde.
O cenário político brasileiro é majoritariamente masculino e branco em todos os âmbitos, mas a desigualdade nas prefeituras tem mais uma chance de acabar ou, pelo menos, diminuir no próximo 15 de novembro.
Por aqui, Belo Horizonte tem, nas eleições de 2020, 15 candidatos disputando a prefeitura. Destes, três são mulheres: Áurea Carolina (PSOL), Luísa Barreto (PSBD) e Marília Garcia (PCO). Com trajetórias, opiniões e propostas diversas, as três mulheres trazem às eleitoras e eleitores a oportunidade de tornar a política mais representativa em uma das maiores capitais do país.
Entendendo que essa mudança é imprescindível para que tenhamos cidades mais inclusivas e com a implementação de projetos efetivos voltados para a proteção de mulheres e crianças, em especial negras e em situação de vulnerabilidade, o Cria Para o Mundo entrevistou as candidatas para ouvir as ideias de cada uma para a cidade.
Áurea, Luísa e Marília receberam as mesmas 10 perguntas sobre direitos da mulher, proteção à infância e educação. Algumas questões perpassaram outro tema urgente, especialmente para a infância: o meio ambiente. As perguntas de Luísa e Marília foram respondidas por escrito, e somente Áurea Carolina solicitou que a entrevista fosse feita por telefone. O papo aconteceu na última quinta-feira (15), durante 30 minutos.
Por ordem alfabética, veja abaixo as respostas de cada candidata:
"A abertura da maternidade Leonina Leonor é nossa prioridade"
"É urgente abrir um diálogo sobre o retorno seguro das atividades escolares"